sábado, 28 de abril de 2007

Negociação: Oferta da Sadia pela compra da Perdigão

A Sadia publicou, em julho de 2006, uma polêmica oferta de aquisição de ações de sua principal concorrente no país, a Perdigão. A companhia pretendia obter, no mínimo, 50% mais um das ações da Perdigão, mas o objetivo central da operação era fazer a aquisição total da concorrente. A empresa, se consolidada a aquisição, teria 81 mil funcionários e mais de 16 mil propriedades rurais. Seria a terceira maior abatedora de aves do mundo e receitas líquidas de R$ 12 bilhões.
A reforma estatutária da Perdigão, em abril, que determinou critérios para possibilidade de venda, é o motivo apontado para a Sadia. Entre as mudanças estaria a obrigatoriedade do acionista que detivesse 20% das ações de fazer uma oferta pelos outros 80%. Atualmente, o maior acionista da Perdigão é a Previ, do Banco do Brasil, com 15,31%.
A Sadia fez duas ofertas publicas pela Perdigão. A primeira correspondeu a R$ 3,73 bilhões. A outra, a R$ 3,88 bilhões. Ambas foram rejeitadas sem a convocação de uma assembléia de acionistas, porque um grupo de sete fundos de pensão, aliados à Weg Participações, declinaram da proposta. Juntos, eles detêm 55,38% das ações da Perdigão. O presidente da Perdigão, Nildemar Secches, considerou "extremamente baixo" o preço por ação (R$ 27,88) oferecido pela Sadia pelo controle da Perdigão. Questionado sobre a característica da proposta, classificada pela Sadia de "oferta voluntária", o executivo afirmou que "no mundo todo isso se chama (oferta) hostil"Assim, a Sadia desistiu de fazer outro lance. Se os acionistas da Perdigão aceitassem a proposta de compra feita pela Sadia, o passo seguinte seria conseguir o aval de autoridades antitruste ao negócio.
A lei determina que a união de companhias que tenham, juntas, faturamento acima de 400 milhões de reais por ano ou 20 por cento do mercado nacional submetam a operação ao sistema brasileiro de concorrência. Esta seria uma situação muito parecida com a negociação Nestlé-Garoto, quando envolvia a líder do mercado e a segunda maior. A SDE e a SEAE, vinculada à Fazenda, teria 60 dias para avaliar o negócio e emitir um parecer. Finalmente, então, a transação chegaria às mãos do CADE, que tem outros dois meses para tomar uma decisão. A autarquia poderia impor restrições à fusão, rejeitá-la ou aprová-la de forma incondicional.
A fusão, se concluída, seria a maior do setor corporativo brasileiro desde que a então Brahma comprou a concorrente Antarctica para criar a AmBev, em julho de 1999.
Liderança Relativa
Mesmo com a compra da Perdigão, a Sadia ainda seria um quarto do que é a Tyson Foods, maior empresa de carnes dos Estados Unidos, e um décimo do que é a Cargill, maior empresa agrícola do mundo.
A nova empresa teria uma receita líquida, considerando os dados das duas empresas em 2005, de 5,1 bilhões de dólares, contra 26 bilhões de dólares da Tyson e 11,4 bilhões de dólares da Smithfield, que também atua no setor de carnes.
Concentração
Entretanto, com a união das empresas, haveria a concentração de alguns itens, como as pizzas prontas, que teriam concentração de 60% de produção no mesmo grupo, presunto (64,5%), pratos prontos (91%) e tortas salgadas (92,4%). A participação no conjunto de suínos e aves não chegaria a 26%, segundo a Sadia.
O presidente da Sadia, Fontana disse na época que o preço dos produtos no mercado não teria aumento com a fusão das duas principais empresas de alimentos industrializados. Fontana disse ainda que, se a aquisição fosse confirmada, a Sadia manteria a marca Perdigão no mercado e os funcionários da concorrente não seriam cortados. "A mão-de-obra treinada e especializada é muito importante, é um ativo precioso", disse o diretor de Finanças da Sadia, Luiz Murat Junior.
Após recusar a oferta, a Perdigão surpreendeu ao publicar, nos sete principais jornais do país, um amplo anúncio em que dá "parabéns" à concorrente Sadia por "concluir o que todo mundo já sabe", conforme o texto.
Publicado em página dupla, o texto dizia: "Que a Perdigão está crescendo num ritmo acelerado todo mundo já sabia. Que a qualidade dos produtos Perdigão é cada vez mais reconhecida pelos consumidores, também. O que ninguém sabia é que até a Sadia percebeu isso. Parabéns ao nosso concorrente por concluir o que todo mundo sabe". E concluiu: "Perdigão. Todo mundo adora. Até o concorrente."

Questão escolha simples:
Qual foi a oferta publica feita inicialmente pela Sadia?
a) 3,73 bilhoes
b) 3,83 bilhoes
c) 3,88 bilhoes
d) 2,73 milhoes

Questão dissertativa:
Qual foi a forma criativa encontrada pela Perdigão para responder à oferta pública realizada pela Sadia?
Resposta esperada:
Responder de uma maneira pública tambem, ao publicar nos sete principais jornais do país um amplo anúncio em que da “parabéns” a concorrente Sadia por “concluir o que todo mundo já sabe”.
Publicado em nome de Maria Manoela Pinheiro Machado

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